Decidi que me tinha que por a caminho, ambicionava conhecer a vida, entendê-la, e entender-me a mim, a vida tinha que dar sentido ao meu caminho…

Questionei-me sempre, qual deveria ser o primeiro passo, passei a vida a tentar encontrar uma resposta, muitas respostas não chegavam, procurava nas pessoas, nas ruas, nos grupos, na família, nos amigos, no encontro e no desencontro, no que achava ser amor, nos momentos efémeros de plenitude, que passavam e eu ficava para trás.

Sentindo que o caminho continuava sem mim, sentia o vazio da partida, sem partir.

Viajei para longe, sempre com a esperança de encontrar uma resposta fora. Confortava-me a ideia de que me iriam entregá-la numa bandeja, de ouro e diamante, servida com amor e cuidado. Desejava e isso mantinha a candeia da esperança acesa em mim.
A esperança diminuía, e foi então, que, olhei para o chão que me sustinha, e tive um encontro.

Encontrei-me com uma figura que reconhecia, tinha a sensação de que estava diferente, mais madura e mais construída. Indicava-me um caminho.

Olhei, com mais atenção, e em lágrimas, de felicidade e percebi que era eu.

Dou um passo, vou com medo, mas vou. Dou outro, a medo, mas dou.

Percorro uma estrada, longa e assustadora, está escuro, mas já não consigo parar de caminhar.

Sei que é para caminhar em frente. Não sei onde me leva, mas sei que vou.

O caminho é tão escuro e parece que nunca vai acabar, então paraliso. Não há localidades por perto. Acreditei piamente que iam existir.

Tomo uma decisão.

O medo deve ficar para trás. Dou sete passos, e sem perceber, já cheguei.

Chego a uma casa, era pequena e humilde, tinha lá dentro muita mercadoria.

Eram as minhas emoções. Será que consigo entrar?

É a minha casa interna…

Graças às ferramentas que encontrei no caminho, entro e sou capaz de observar.

Não seria maravilhoso, se um dia, pudesse lidar com elas? Bato a porta. E vou.

O caminho parece diferente, já há mais luz, já existe sinalização.

Sinto-me mais confiante, como se ganhasse nova força, mas desta vez vem de dentro…

Vem de dentro e está ligada com tudo o que está fora.

Sem que eu deixe de ser quem sou, e aprendendo a conhecer o que trago dentro.

Agora descubro que é tão valioso, tão precioso, que só poderia estar guardado no mais fundo de mim mesmo.

O meu coração, sede de alma.

Será outra estrada? Ou terá sido a outra estrada que me alterou?

Sinto-me indecisa e confusa. E vou.

Não sei onde este caminho me leva… Sei que vou.

Sinto a força e a verdade do caminho em que os meus pés se firmam para caminhar, serei com este caminho em mim.

Mas sei que quero e, mais importante, descobri que preciso de ir. E vou.

Este Caminho faz parte de mim, como negar-me?

Este é o Mapa do Tesouro © .